Por Cirlene Lima – Universitária do Curso de Letras pela Universidade de Brasília (UnB)

O professor de Língua Portuguesa pode ser aquele em que há uma carga e uma cobrança maior, uma vez que dominar este componente na modalidade oral e escrita são habilidades indispensáveis no mundo contemporâneo, para que o aluno possa se comunicar com clareza e segurança, para que possa concorrer igualmente á ofertas de trabalho, certames e vestibulares para conquistar sua autonomia.

O professor de Português é responsável pelo desenvolvimento da comunicação. A linguagem humana é interacional e social, e os alunos precisam ser capacitados para se comunicar com segurança em qualquer lugar.

Nossa vida social existe por causa da linguagem que desenvolvemos. O homem constrói seu mundo através da interação com o outro. E é por meio da comunicação linguística que o professor interage com o aluno, por isso a linguagem deve ser vista como uma ferramenta didática uma vez que pode ou não viabilizar a aprendizagem.

A linguagem é algo mais que falar ou entender a fala dos outros. Definimos a linguagem como uma representação interna da realidade, construída através de um meio de comunicação socialmente aceito. A linguagem didática do professor é importante no seu relacionamento com o estudante. É lógico que, se o transmissor e o receptor não falam a mesma linguagem, não há comunicação.

Na escola humana, os professores de Língua Portuguesa se empenham por conseguir resultado positivo do trabalho, esforçam-se para facilitar a aprendizagem e usam de todos os recursos para valorizar o idioma (OLIVEIRA, 2000, p.133).

Sem comunicação a aprendizagem não acontecerá. O Professor precisa se preocupar em saber se os estudantes estão compreendendo de uma maneira geral o que está sendo falado dentro da sala. Se eles realmente estão fazendo um elo entre o que se diz e o mundo real, caso este elo não seja estabelecido, a aprendizagem será sem sentido e sem um ideal.

O aluno que desenvolve as competências da Língua Portuguesa tem a habilidade de fazer um elo com as competências exigidas em outras disciplinas. O seu aprendizado será manifesto com a internalização e aplicação do conhecimento, ou seja, o aprendizado é um ato concreto e real, estabelecendo uma relação entre os componentes curriculares e ás suas experiências sociais.

Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina. […] Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamental aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduo?(FREIRE, 1996, p.31).

É necessário levar em consideração os saberes que os discentes trazem consigo, aprendidos por suas experiências sociais, pois estes operam juntamente com os saberes curriculares.

O mundo globalizado exige que o aluno tenha o conhecimento e que saiba aplicá-lo para a vida, para isso ele deve ser ativo no ato de aprender, deve sair da plateia e ocupar o papel de ator principal, deve haver uma mobilização e uma interação em busca do conhecimento pessoal, “pois aprender é pessoal e intransferível”.

Infelizmente, é notável que os discentes codificam e decodificam os signos fazendo leituras robóticas sem compreensão, sem nenhuma marca de letramento, não conseguem fazer uma ponte entre a teoria e prática, não conseguem ver a necessidade e importância da aplicação do que se estuda em sua vida cotidiana e na sociedade onde está inserido.

O objetivo dos discentes é a aprovação nas disciplinas, pois não veem sentido real na prática para aquilo que está sendo ensinado, o que torna aprendizagem um processo lento, desprazeroso e doloroso, tornando preocupante a qualidade do ensino e da aprendizagem.

A pedagogia da presença é um apelo ao professor para que possa se comprometer integralmente a fim de que as mudanças aconteçam, contribuindo para a socialização do educando onde ensinar está além da transmissão do conhecimento dentro e fora da escola.
O professor não trabalha para si, está comprometido com o desenvolvimento da educação, além da obrigação do seu ofício. Não busca seus interesses, seu sucesso é o sucesso dos seus alunos. É um líder que promove a participação e congregação dos seus liderados.