A leitura passou por várias etapas em toda a sua história. Desde as escritas primitivas até os dias atuais e que após muitas transformações subsequentes, como a tecnologia, a leitura não muito se diferenciou. Mesmo com a impressão em grande escala, qualidade superior, acessível a todos os públicos, mas é pequeno o público que se interessa pela leitura.

A escritora e pesquisadora Marisa Lajolo discorre em seu livro “Do Mundo da Leitura para a leitura do mundo” que a leitura é algo mais profundo onde o leitor é capaz de interpretar e viver o mundo, são as leituras que se aprendem lendo o mundo.

A autora destaca a importância de compreender a leitura e bem como realizá-la no ambiente escolar questionando as práticas dos professores sem êxito no desenvolvimento do hábito da leitura. Ela ressalta ainda que os alunos podem, por exemplo, escolher o que e quando ler um livro. Realmente alunos e professores não devem ser marionetes e sim usufruir da liberdade de escolha, uma vez também que os educadores não têm muitas opções, ficam alienados ao CBC e às escolhas de terceiros.

A arte e ciência devem estar interligadas, pois a leitura está entre o lúdico e o real a fim de que os leitores sintam-se atraídos pela leitura e que esta seja prazerosa e não pesada o que muitas vezes é ocasionado por livros sem inspiração onde o autor não procura cativar seu leitor.

A atividade lúdica é uma importante ferramenta que acrescentada à teoria produz excelentes resultados e este método infelizmente é abandonado no ensino fundamental e médio. A tecnologia e a dramatização são atividades muito atrativas aos nossos leitores da era digital.

O momento de leitura na maioria das escolas do ensino fundamental é deixado de lado. Os textos aparecem no livro didático apenas para se extrair interpretações de textos e atividades que envolvem a gramática. Este é um fator que precisa ser repensado, pois a criança deve estar inserida em um contexto que lhe seja apresentada desde cedo e de forma continuada a leitura com a real importância que lhe pertence.

Segundo o PCN da língua Portuguesa:

A leitura é um processo no qual a leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre a língua […]. Não se trata simplesmente de extrair informação de escrita (BRASIL, 1997, pag. 53).

Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem sentido nenhum. É necessário que os textos assim como as aulas tenham reais significações para os discentes permitindo lhes que sempre que se fizer necessário possam se ver representados tanto na aula como no texto seja ele literário ou não.

O aprendizado da leitura e da escrita, como um ato criador, envolve, necessariamente, a compreensão crítica da realidade. Assim o ensino da Língua Portuguesa deve ser vista como uma reflexão da língua como atividade e não somente como estrutura.

Mesmo em âmbito institucional a escola trabalhando para alcançar novos adeptos à leitura, essa realidade parece estar distante, as pessoas parecem se esquecer que ler e saber estão interligados e dependentes entre si.