A sessão da Câmara de Vereadores de Buritis do dia 8 de abril até começou em tom ameno, com uma oração e um pedido do vereador Luan Cordeiro, de “que hoje não haja palavras de ódio nesse Plenário e sim todos unidos em favor de Buritis”, mas que não foram suficientes para acalmar os ânimos até o final da reunião presidida pelo vereador Professor Branquinho.

Ao usar o tempo destinado a assuntos urgentes ou relevantes, o vereador Pedro Cearense falou sobre os veículos utilizados no transporte escolar, reclamando sobre as vistorias, que segundo ele não estão sendo feitas e que alguns ônibus estão em estado precário. O vereador lembrou sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público. “O TAC não foi cumprido, infelizmente nenhuma das partes está preocupada com os filhos dos moradores de regiões distantes”. O vereador Didé respondeu logo em seguida, afirmando que a vistoria está sendo feita e que até sábado dia 13 o trabalho será concluído. Ao dizer que o prazo do TAC estava vencido, Pedro Cearense foi informado pelo vereador Émerson do Fórum de que o prazo havia sido prorrogado até 15 de abril. Pedro Cearense salientou também para a falta de atas de criação das comissões, que segundo ele não podem existir juridicamente sem tal instrumento.

Usando a palavra em outro momento, Pedro Cearense reclamou sobre a atuação do assessor jurídico da Prefeitura Dr. Marcos Aurélio, que segundo ele ameaçou a vereadora Waninha da Prefeitura. “As atitudes dele não são de uma pessoa que respeita essa casa de leis” disse sobre o advogado. O vereador usou algumas vezes a palavra “ameaça”, não revelando exatamente qual seria a ameaça, mas disse ter ouvido dizer que o assessor iria “apimentar a sessão”. O ataque mais contundente ao Dr. Marcos Aurélio foi feito após o líder de governo Luan Cordeiro realizar a leitura de um ofício resposta – escrita pelo advogado, sobre denúncias feitas pelos vereadores Waninha da Prefeitura e Pedro Cearense na reunião passada.

As denúncias se referiam, entre outros assuntos, a uma suposta entrega de carne estragada em escolas municipais, e que segundo a resposta da assessoria jurídica é falsa. O ofício informou que não foi recebida qualquer denúncia de pais, alunos, professores, cantineiros ou vereadores nos órgãos responsáveis e que o secretário de educação não detectou qualquer tipo de irregularidade. O advogado solicitou aos vereadores que obtenham provas, “antes de proferir tais comentários maldosos”. O documento rebateu ainda denúncias de falta d’água, transporte de pacientes e vistoria de veículos escolares. A leitura do ofício irritou o vereador Pedro Cearense. “Acho um absurdo mandar esse tipo de correspondência pra essa Casa. Não tenho medo desse advogadozinho de Prefeitura que não tem competência”, disse em referência às críticas contidas no ofício.

A vereadora Waninha da Prefeitura se manteve firme com relação as denúncias, e desabafou: “Cada dia me sinto mais frustrada por estar aqui como vereadora, pois meu compromisso com Deus é pra fazer valer a voz do povo. Não tentem calar a minha voz, porque eu não tenho medo de promotor, juiz, prefeito ou vereador”.

O vereador Pedro Cearense se referiu ao advogado várias vezes como incompetente e sobrou até para os colegas vereadores da base governista. “Em momento algum pedi a opinião de outro vereador sobre o meu trabalho. Se alguém achar que estou trabalhando errado, que ele engula. Ele não tem moral pra vim falar se estou certo ou errado”, em resposta aos vereadores Émerson do Fórum e Luan Cordeiro, que tentaram defender a resposta do governo e acalmar os ânimos, informando meios regimentais para que as denúncias sejam registradas e formalizadas.