Na manhã de quarta-feira (17), cerca de 60 pessoas invadiram a sede da Prefeitura de Buritis. O grupo liderado por representantes do SINTRAF (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) entrou na Prefeitura por volta de 8h30 e ordenou a saída dos funcionários do local.
A porta da entrada do imóvel foi quebrada e a Polícia Militar foi solicitada para manter a ordem. Segundo um dos chefes do movimento, que se identificou como “Pingo”, os manifestantes exigiam a presença do prefeito João do Caixão e apresentaram uma lista de reivindicações.
Nessa lista estão a construção de poços artesianos, manutenção de estradas e bueiros, construção e manutenção de pontes, gradeação de terras, entre outros. De acordo com a liderança, existe um convênio para realização dessas obras no valor de R$ 4,5 milhões.
“Nós chegamos ao ponto final. Estamos com obras do Governo Federal nos assentamentos e elas estão sendo mal executadas. Estamos a mais de mês tentando uma conversa com o prefeito mas não fomos atendidos”, disse Pingo. Segundo ele os problemas acontecem nas regiões do Gado Bravo, Coopago, Quilombo dos Palmares e Barriguda.
Outro representante do grupo, identificado como Júnior, filho do ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Buritis Jorge Augusto Xavier de Almeida, o Jorge do PT, disse que o grupo só sairia do prédio após negociação com o prefeito.
O Dr. Marcos Aurélio, advogado da Prefeitura, disse em entrevista na rádio Transamérica que o Governo Municipal não recebeu nenhuma pauta ou reivindicação apresentada formalmente por lideranças do movimento. “Nunca antes foi feito um trabalho como o atual, muito bem conduzido pelo vice prefeito João Flávio, onde os assentados são ouvidos em suas comunidades, algumas ocorrências pontuais estão sendo solucionadas e os trabalhos estão tendo uma boa execução”. Sobre as obras, ele informou que foi feito um convênio com o Incra e que a obra ainda não foi terminada. O advogado disse ainda que acredita se tratar de uma questão política, pois segundo ele o trabalho da administração pode estar incomodando outras lideranças políticas.
Para o vice-prefeito de Buritis, João Flávio, a obra tem sido executada adequadamente e o manifesto não representa a opinião da maioria dos assentados. “Eu tenho convivido bastante dentro dos assentamentos e o Governo Municipal deu liberdade para os assentados escolherem os pontos que necessitam de intervenção. Alguns líderes acham que são os donos da verdade, mas nós ouvimos os assentados e os trabalhos foram definidos por toda a comunidade.”
A prefeitura foi desocupada por volta das 13h, depois de negociação entre o tenente Ibernon e o capitão Kisler da Polícia Militar, o padre Régis da Igreja Católica e os representantes dos assentados. Uma reunião foi marcada entre os líderes do movimento com o vice-prefeito.
Um homem e uma mulher foram detidos pela Polícia Militar enquanto tentavam entregar objetos perfurantes aos manifestantes. Outras duas pessoas podem ser indiciadas por dano ao patrimônio público.
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