Instituições filantrópicas de Buritis como a Fazenda Terapêutica, a APAE e o Abrigo João da Silva Santarém estão enfrentando dificuldades financeiras devido a falta de repasses do poder público neste ano. As entidades estão sem atendimento médico, psicológico, social e sem recursos da Prefeitura há cinco meses.

A situação mais delicada é a da Fazenda Terapêutica Nossa Senhora da Pena, criada há 3 anos pela Associação de Apoio aos Dependentes Químicos São Miguel Arcanjo, que atualmente está com o atendimento reduzido pela metade e pode até fechar as portas. “Sem os profissionais de saúde e de assistência social e sem o subsídio necessário nós não conseguimos manter as vagas. Hoje a instituição vive apenas de doações e da produção própria de hortifrúti que é vendida em feiras e mercados”, lamentou o diretor Josias Fernandes.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a APAE de Buritis, reconhecida como uma instituição de utilidade pública também enfrenta uma crise. A entidade não recebeu nenhum repasse da Prefeitura até o mês de abril e tem acumulado contas de água e luz.

A APAE atende 157 alunos e tem recebido apenas o básico em alimentos, além do subsídio federal do SUS de R$ 13 mil, destinado ao pagamento de 5 funcionários. “A instituição hoje está funcionando sem enfermeiros, uma necessidade diária essencial”, segundo a diretora Elizabete Rodrigues.

O Abrigo João da Silva Santarém mantém um funcionamento mais independente das verbas públicas, mas mesmo assim é um repasse indispensável para suas atividades. “Desde novembro de 2016 não temos recebido da Prefeitura. Chega para os internos a medicação básica que é de direito de qualquer cidadão” ressaltou a coordenadora da entidade Cleuma Amaral.

A secretária de Assistência Social, Flávia Maia, informou que os convênios da Prefeitura fazem parte de um Projeto de Lei que está em votação na Câmara Municipal. Os subsídios só podem chegar as entidades após a votação desse projeto que acontecerá na segunda-feira (15), de acordo com o presidente da Câmara Geldo da Mariquita.

Flávia ressaltou que o município está passando nesse semestre por um processo de capacitação do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, junto à Secretaria de Estado em Paracatu. “O marco se tornou obrigatório em 1 de janeiro de 2017 e estabelece novas regras entre a administração pública e as entidades que precisarão estar dentro das novas normas para celebrar parceria com o Poder Municipal” explicou a secretária.

Quanto a falta de profissionais em atendimento nas instituições, a secretária informou que na segunda quinzena de maio um psicólogo e uma assistente social iniciarão atendimento na Fazenda Terapêutica.

A comunidade pode ajudar as instituições através de doações.

Escritório da Associação de Apoio aos Dependentes Químicos São Miguel Arcanjo – Rua Ceará, 908 (em cima do escritório da Paróquia Nossa Senhora da Pena), Centro.

APAE – Avenida Nossa Senhora da Pena, 555, bairro Israel Pinheiro.

Abrigo João da Silva Santarém – Rua Juscelino Kubitscheck, 163, Centro.