Agricultores ligados à FETRAF (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) ocuparam uma estrada de terra municipal a cerca de 5km de Buritis, nas margens da MG-400, na manhã de sábado (25). Segundo os líderes do movimento, Jorge Augusto Junior e Janaína Romualdo, o protesto é contra a captação de água realizada na Fazenda Formosa e para agilizar o processo de aquisição da Fazenda Santa Izabel, através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Segundo a Polícia Militar a estrada ocupada é utilizada para transporte de alunos e dá acesso as bombas que captam água para uma construção na fazenda da proprietária Ana Cristina Zanquet. Para o movimento essa captação secará o rio Urucuia. “O Urucuia pede socorro e nós estamos aqui em defesa das suas águas”, afirmou Jorge Augusto.

O reservatório na fazenda está sendo construído para atender cinco pivôs no período de novembro à junho, época de chuva, de acordo com o estudo realizado pelo engenheiro agrônomo Vitor Hugo Apolinário. “Os pivôs serão ligados caso aconteça um veranico ou para salvar a safra”, ressaltou o profissional.

De acordo com Janaína Romualdo, a Fazenda Santa Izabel, que fica do lado esquerdo da estrada ocupada, já está sendo negociada com o INCRA, mas há uma discordância de valores, o que atrasa a compra da terra.

“O valor que me apresentaram não é um preço comercial para a região e já fiz uma defesa quanto a proposta exposta”, informou o proprietário da terra, Ludgero Santana. O INCRA está negociando 481 hectare com 96 de reserva ambiental.

A PM informou que este mesmo grupo do FETRAF estava desde setembro de 2015 na Fazenda Espora de Prata, em protesto contra a captação de água do rio Confins. Após expedida uma liminar com reintegração de posse da fazenda, o movimento desocupou o local e seguiu para as margens da MG-400, e afirma que permanecerá por tempo indeterminado.

Fotos: Rosivan Morais