Matheus Rodrigues, 26 anos, morreu afogado no Rio São Domingos em Buritis na tarde de terça-feira (16) ao tentar buscar a balsa que estava na margem oposta do rio. Segundo o colega que estava com Matheus, ele passou mal durante a travessia e começou a se afogar. Rapidamente a correnteza do rio o levou enquanto tentava se agarrar em galhos de árvores.
“Chegamos aqui e a balsa estava do outro lado, procuramos o homem que faz a travessia e estava tudo fechado. Procuramos também um barco ou uma canoa e não encontramos. Daí ele tentou atravessar nadando e de repente ele deu um grito, tentou se agarrar em galhos mas afundou e não voltou mais” explicou o colega da vítima.
Matheus era veterinário e estava indo prestar atendimento. Sua família também mora na região próxima onde aconteceu o afogamento, no Piratinga. A tentativa de travessia foi por volta de 13h40. Familiares e amigos percorreram as margens do rio e fizeram mergulhos com o intuito de localizar Matheus. As buscas entraram pela noite. O corpo foi localizado por volta das 20h.
O Corpo de Bombeiros Militar de Unaí-MG foi acionado e uma equipe estava prevista inicialmente para chegar no local às 17h30, no entanto, segundo a corporação, os militares iriam chegar somente na manhã do dia seguinte.
No momento do acidente não havia balseiro no local, profissional que é responsável pela operação do equipamento. A travessia estava sendo feita pelos próprios usuários. Com suspeita de covid-19, o profissional que atua no local informou estar de quarentena e ainda não foi substituído.
Questionado sobre a ausência do operador da balsa, o secretário de Transportes, Douglas Spirandelli, informou que no momento do acidente o profissional estava apresentando atestado médico para que fosse agilizada a contratação temporária de outro funcionário.
“O funcionário veio aqui à tarde entregar o atestado médico. Ele deixou a balsa trancada, mas infelizmente algumas pessoas não respeitam. Eu até consegui outra corrente e cadeado para ele trancar a balsa. Alguém deve ter deixado ela do outro lado. Eu preciso desse atestado para justificar o motivo de estar fazendo outra contratação para que em caso de o Ministério Público perguntar alguma coisa eu tenha o que provar,” explicou.
Ainda segundo Douglas, as normas que regulam o transporte em embarcação exigem que o operador tenha habilitação específica.
“Estamos procurando por uma pessoa para contratar, mas ela deve ter um curso de Arrais, que é uma habilitação autorizada pela Marinha. Por enquanto a balsa vai ficar trancada”, concluiu Douglas Spirandelli.
Matheus Rodrigues era casado e pai de uma criança de 6 meses.
A Polícia Civil informou que uma perícia foi realizada no local.
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